Iluminação natural em edifício modernista
26 nov, 2021 | Apartamentos

Fotos: André Scarpa/Divulgação
Escritório: André Scarpa Arquitetura
Área: 170m²
Local: Centro Histórico, São Paulo
Ano: 2020
Este apartamento, no centro de São Paulo, preserva a planta original projetada para uma das curvas do Edifício Copan. Porém, para receber novos moradores, o escritório André Scarpa Arquitetura, liderado por André Scarpa e Rosário Pinho, criaram um projeto com integração de ambientes para favorecer a iluminação natural e a fluidez nos espaços.
De acordo com André Scarpa, o projeto original trazia uma clara divisão de funções, o que trouxe desafios na proposta de integração. “Por se tratar de um andar baixo, as principais paredes , radiais, são de concreto e estruturais. As paredes de alvenaria eram poucas, mas foram todas demolidas”, explica.
A proposta do escritório, então, foi uma intervenção em duas frentes. “Por um lado, queríamos evidenciar, e até mesmo recuperar, os elementos originais elaborados por Oscar Niemeyer e Carlos Lemos para o edifício; por outro, buscamos atualizar os espaços para o uso contemporâneo de seus novos moradores”, diz André Scarpa.
Os cobogós e a ventilação, até então, estavam barrados por um peitoril e janelas de alumínio. O escritório voltou a abrir os cobogós e criou uma nova fachada. Para garantir fluidez e integração dos ambientes, utilizaram-se portadas camarão de serralheria e vidro que permitiram que a cozinha, a biblioteca e um novo corredor se abrissem para a varanda.
Alguns elementos reverberam soluções de acabamento presentes na arquitetura residencial de Niemeyer, como os painéis de madeira, bancadas de pedra da Vitoria Stone e tijolos de vidro da Margem Projetos. Essa última solução garante a entrada de iluminação natural, dialogando com os cobogós e as grandes janelas.
No piso foram utilizados tacos de demolição em peroba rosa recuperados pela Mabrotec. dando continuidade aos trechos preservados do projeto original. Nas áreas molhadas, o revestimento é de granilite semelhante ao da galeria do térreo do edifício. No teto das áreas principais, retirou-se o estuque para revelar a laje nervurada, executada de acordo com as pranchas do projeto do edifício consultadas na biblioteca da FAU-USP.
As paredes de alvenaria entre os quartos e o corredor original deram lugar a um volume de marcenaria que integra rouparia, duas portas pivotantes e armários para os quartos. Assim, o apartamento uniu qualidades essenciais do projeto original, com iluminação natural abundante e destaque para os revestimentos, oferecendo novas possibilidades de uso para os moradores.































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