Casacor Sp 2017 – Casa Da Mata
11 jul, 2017 | Casas, Mostras, De 100 a 200 m2, Campo
O projeto da Casa da Mata foi pensado no desejo de conectar as pessoas à natureza, seja na cidade, no campo ou na praia. Com atmosfera aconchegante, o refúgio de 200 m², assinado pelo arquiteto Olegário de Sá e pelo designer de interiores Gilberto Cioni, apresenta uma verdadeira simbiose entre o rústico e o moderno, bem representada pelos materiais naturais brutos empregados de diferentes maneiras, caso da madeira e da pedra, e tecnológicos, como vidros e espelhos.
No coração da casa, uma das soluções arquitetônicas que surpreende é uma grande caixa de espelho com 2m de altura [Guardian], instalada pela Silvestre Vidros 40cm abaixo do forro, delimitando a área íntima da ala social. A decoração foi temperada com uma criteriosa seleção de móveis de design assinado, obras de arte, e muito verde, como jardins internos, horta e terrários em vários cantos.
Ao atravessar a imponente porta pivotante de madeira, logo se vê a integração de living, sala de jantar com lareira, cozinha gourmet com jardim e suíte enredados por diferentes materiais em total harmonia. Nenhum revestimento ou peça aparece por acaso, a começar pelos blocos de arenito e pela madeira escolhidos para as paredes. Esses materiais ressaltam bem a proposta natural. Aliás, a madeira que recobre quase todo o piso da casa também sobe ao teto do living formando uma caixa de puro aconchego. Imensas janelas de vidro colaboram para que a luz natural inunde, aqueça e vitalize os espaços.
O principal desafio, além de conceber e construir esta casa em pouco tempo, foi o de misturar diferentes elementos, modernos e rústicos, conquistando espaços contemporâneos e, ao mesmo tempo, aconchegante e acolhedor.
De um lado do living, a grande fotografia em preto e branco de uma árvore recortada, da artista Gigi Monteiro, o bar de madeira (Saccaro) e o arenito que cobre a parede dão as boas-vindas. Na outra ponta, a parede que se estende até o jantar parece uma obra de arte, graças às placas de freijó lavado que foram assentadas em desenhos desencontrados.
Seguindo uma extensão de 11m, está a grande bancada em balanço de laca preta fosca, que faz parte das soluções da Dell Ano, e o quadro pneu, de Lúcio Carvalho, sobre um tapete de formas elípticas (Punto e Filo). Desde a entrada, um mix de design poderoso, a começar pelas mesas de centro de vidro e madeira (Saccaro) e peças italianas (Casual Móveis), como o sofá da Cestone, o escultural banco da Ceccotti, e a irreverente poltrona Wiggle, feita inteira de papelão e assinada por Frank Gehry.
Mais adiante, na sala de jantar, a mesa Serra Pelada, de madeira, vidro e inox, contrastam com a delicadeza das cadeiras revista de tecido rosa-antigo (tudo da Saccaro). Sobre esse mobiliário de peso está a luminária dourada (Cristina Bertolucci) e, ao lado, o trio de lareiras simétricas (Construflama) revestidas de Caesarstone e esculpidas na parede de arenito.
Outra atração da Casa da Mata é a cozinha, com marcenaria da Dell Ano, que reúne prateleiras de laca rosa, fendi e preta ideais para organizar utensílios e fazer refeições rápidas interagindo muito bem com a sala de jantar e a bancada gourmet preta. Seguindo o conceito ‘rústico-chique’, um jardim ocupa espaço especial e fica mais iluminado com o neon azul e vermelho de Fernando Simões. Esse espaço verde conta com o apoio da horta de terrários (Jardim SP), atirantados no teto e encaixados no nicho de arenito.
No quarto, as sensações de aconchego e bem-estar continuam. A mistura é da madeira presente em piso e teto, com o tecido fendi (Quaker) no painel, que reveste algumas paredes e faz as vezes de cabeceira, e o arenito que vira cenário da banheira de pedra sabão (Pagliotto Pedras). Pesando duas toneladas, ela tem lugar especial ao lado de um jardim e sob o rasgo no teto que proporciona a entrada da luz natural. Junto da cama, o armário (Dell Ano) resguarda preciosidades como o vestido de renda branco de Martha Medeiros e a tela de Lucio Carvalho.
O banheiro segue a mesma linguagem moderna e atemporal dos demais ambientes. Nobre, a bancada de arenito é acompanhada pela suavidade do armário rosa-antigo e da cuba de louça branca (Deca). Quem olha para o teto logo se encanta pela estampa floral do papel de parede (Orlean) aplicado no forro e parece se fundir com o paisagismo de Ricardo Pessuto dentro da área do chuveiro. É evidente, portanto, que de qualquer canto a proposta acontece: contato com a natureza, aconchego e beleza.
Foto: Thiago Travesso
Deixar um comentário