Há um bom tempo sigo o Wair nas redes sociais e adoro os posts. Sabia de antemão que o apartamento dele seria um daqueles que batem forte no meu coração. Por isso, o Open House de hoje gostei tanto de fazer, você vai entender melhor a cada clique. Tenho uma novidade também, como hoje temos muitas fotos boas, vou dividir este post em dois, farei um pouquinho hoje e o resto amanhã ok. Vamos lá!
O Wair sempre esteve imerso no universo de arte e arquitetura de uma maneira muito inovadora e é um dos poucos profissionais que trabalha estes 2 mundos de forma muito única. Durante um bom tempo dirigiu junto com o Eduardo Machado a Artefacto no Rio e, em seguida, foi convidado para assumir a direção de criação e estilo da marca aqui em São Paulo. Uma das suas últimas investidas, também junto com o Eduardo, foi o GabineteD, que era um misto de galeria de arte com loja de móveis e objetos com uma curadoria muito particular. Foi um sucesso total, tanto de mídia quanto de público, o GabineteD era a marca queridinha de muitos arquitetos e decoradores. Bom, apresentações feitas, vamos ao apartamento.
O Wair não mora no Louveira por acaso. Desde quando fazia arquitetura no Mackenzie já queria morar neste prédio (vou contar um pouquinho da história do Louveira em outro post), ele já tinha morado em outro prédio importante aqui de São Paulo, o Parque das Hortências do Artacho Jurado, mas o Louveira, doo Vilanova Artigas, ainda estava na lista.
Um dia, passando pelo prédio, viu uma placa de aluga-se. Ligou e o proprietário disse que o imóvel estava temporariamente ocupado or um artista que havia comprado um outro apartamento lá mesmo, e que estava alugando aquele somente por 3 meses, mas que em pouco tempo o apartamento estaria disponível. Bom, o Wair sempre trabalhou com arte e já conhecia as obras deste artista, mas não o conhecia pessoalmente. Adivinha quem entrou na galeria no Wair no dia seguinte ao telefonema? Muita coincidência hein, ali ao conhecer o artista o Wair percebeu que em algum momento o apartamento seria seu!
“Sem querer, no dia seguinte, o artista apareceu na minha galeria, sem combinarmos nada. Foi pura sincronicidade, e aí eu saquei que conseguiria o apartamento para mim.”
Com o apê em mãos foi dado o start para as mudanças. Os espaços estavam um pouco abandonados, o projeto iluminação não era bem um projeto, os revestimentos das paredes estavam desgastados, efim, precisava o apartamento precisava de cuidados. Mas o combo: bom gosto e bons móveis e objetos resolve quase tudo né. Também houve o cuidado dele em recuperar um pouco da história do apê, a estante da sala, por exemplo, foi feita pelo proprietário do imóvel na década de 70, o Wair fez uma reestruturação nela e encomendou mais 2 similares para colocar na sala de jantar. Ele também recuperou os tacos e janelas originais – nada acontece por acaso né rssss existia a chance deste apartamento cair nas mãos de alguém que simplesmente arrancasse os tacos e nem se atentasse a questão das janelas.
Na última prateleira deste estante esta uma das peças que o Wair mais gosta, esta santa de roca portuguesa linda e super delicada.
“Gosto dos santos de roca pois os artesãos não perdem tempo fazendo panejamentos e trajes sofisticados, fazem os rostos e mãos com uma riqueza de detalhes comovente. Por isso adoro estas representações, apesar de não ser religioso por excelência.”
A santa esta uma coleção também superinteressante de vidros de farmácia, alguns inclusive Baccarat. Esta coleção é do Eduardo Machado (que eu já havia citado lá no começo era era sócio e companheiro do Wair) e em assim que a nova casa do Eduardo ficar pronta a coleção parte para lá. A história dela é a seguinte: a Janete Costa (já falei dela algumas vezes aqui, mas acho que farei um post exclusivo sobre o seu trabalho e sobre sua importância na valorização do artesanato brasileiro) tinha uma coleção linda em sua casa – coleção que hoje esta no museu Ricardo Brennand em Recife – e deu uma para o Wair e para o Eduardo, em seguida, Helena Costa, cunhada de Janete Costa, deu outra peça, isso deu início a coleção que ao longo dos anos foi sempre enriquecida com peças compradas em feiras no exterior, antiquarios no Brasil, peças de coleções particulares, etc.
Bom, e como este Open House e o papo estão bons, vou continuar amanhã hein…
Julia Ribeiro
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