Texturas nobres, peças assinadas por importantes designers
brasileiros, paleta de cores sóbria e visual bem masculino. Junte a isso
algumas heranças de famílias e relíquias garimpadas em viagens mundo afora e
terá o belíssimo lar do arquiteto Ricardo Caminada. O apartamento de 140 m²
fica no bairro Jardim Paulista e foi adquirido com o propósito de servir também
como seu local de trabalho. “Eu ficava mais na rua do que no meu escritório. Então,
resolvi tentar levá-lo para casa”. Depois de um tempo vivendo e trabalhando no
mesmo espaço viu que a experiência não estava funcionando e decidiu repensar o
imóvel apenas como morada.
COM ALGUMAS MODIFICAÇÕES NA PLANTA E NOVAS AMBIENTAÇÕES, O
APÊ GANHOU CORPO E ALMA DE LAR.
O arquiteto desenvolveu o projeto da reforma, que envolvia a
derrubada de algumas paredes e a troca de revestimentos, mas na hora de
mobiliar os ambientes percebeu que havia caído numa rotina decorativa. “Eu vi
que eu estava usando os meus móveis da mesma maneira que eles sempre foram
usados. Então, pedi ajuda à Tota Penteado, designer de interiores e grande
amiga. Essa troca foi bem legal e acabou dando o resultado que eu queria”,
conta. Depois de pronto, o apê ganhou a sua essência, mas manteve espaço para
adaptações que aconteceram naturalmente com o passar do tempo. “Entraram mais
obras de arte, móveis que a gente não tinha pensado e comprado na época, e aos
poucos ele foi tomando a minha forma”.
A parceria entre o Ricardo e a Tota deu tão certo que o
processo de renovação fluiu conforme a agenda e não levou mais do que quatro
meses para ser finalizado. A nova disposição dos móveis não trouxe apenas frescor
para o dia a dia do arquiteto, mas propôs também novas maneiras de
aproveitamento do espaço. Um bom exemplo disso são as poltronas, assinadas por Jorge
Zalszupin, que ganharam destaque separadamente do sofá e deram vida a um novo
ambiente, reservado para a leitura. Não é à toa que esse cantinho virou o local
de descanso preferido do Ricardo, para onde ele se recolhe logo quando chega em
casa, sempre na companhia de um bom livro e de um drinque.
A mistura de elementos decorativos deixa transparecer a
personalidade eclética do morador. Em um mesmo ambiente nos deparamos com as
formas orgânicas da chaise Rio, desenhada por Oscar Niemeyer, com a textura
contemporânea da pastilha aplicada no piso e com o rebuscado das molduras dos
quadros e dos santos barrocos sobre a cristaleira. Cada uma dessas peças
carrega um significado especial já que são frutos de garimpos de uma vida. E
como a coleção continua a crescer, Ricardo aproveita para acrescentar algumas
novas aquisições ao décor de tempos em tempos, sem sentir a necessidade de
mudar o mobiliário de lugar. É por essas e outras que ele se declara apaixonado
pelo seu ninho: “Eu acho o meu apartamento muito bonito. O que mais me orgulha
é que ele reflete exatamente quem eu sou. Ele não é o lugar que eu gostaria de
ter, é o lugar que eu sou”, finaliza.
Aposto que você adorou o apê do Ricardo, né? Então, confira mais
imagens na galeria abaixo:
Fotos: Julia Ribeiro
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