Quando souberam da construção de um prédio pertinho do Parque do Ibirapuera, Midori e o marido Gioji Okuhara não resistiram… Foram visitar o empreendimento e em pouco tempo já estavam com as chaves do novo lar em mãos. Antes da mudança de ares, o casal vivia em uma sobrado no bairro Morumbi, em São Paulo: “Nossas filhas já tinham saído de casa e o espaço de repente ficou vazio – já não fazia mais sentido todos aqueles quartos”, explica a moradora.

MIDORI E GIOJI BUSCAVAM UMA VIDA MAIS SIMPLES E DESCOMPLICADA.

A mudança para o apartamento na Vila Nova Conceição acarretou também em uma transformação no estilo de vida do casal. Se antes eles precisavam tirar o carro da garagem para toda e qualquer tarefa corriqueira, agora conseguem fazer de tudo a pé! “Temos mais contato com o bairro e com a cidade”, afirma Midori. Os dois também tiveram que se acostumar em viver nas alturas, afinal, por muitos anos dividiram o teto de uma casa: “Desde o princípio sabíamos que o que mais sentiríamos falta seria do nosso jardim”.  
 




Midori e Gioji tiveram uma ajuda mais do que especial na hora da reforma do novo apê. A filha Dani Yuri, arquiteta à frente do Estúdio Lirio, assumiu de imediato as rédeas do projeto. “Vendemos a casa mais rápido do que imaginávamos e poder contar com a nossa filha nesta hora foi ótimo”, relembram. Por conhecer a rotina e os gostos dos seus pais, foi muito fácil – para os três – encarar todas as etapas da renovação de forma leve e natural. “Foi um processo gostoso este de ir sonhando e desenhando juntos a cara da nossa nova casa, que refletiria este nosso novo momento de vida”, comenta Midori. 
Sair de uma residência de 450m2 para um apartamento de 160m2 não foi nada fácil e além do desapego, os moradores precisaram exercitar a criatividade. Graças à intervenção estrutural que Dani propôs, os ambientes sociais – antes completamente compartimentados – tornaram-se um único espaço de convívio, o que trouxe ao projeto um clima familiar próprio de uma casa. Móveis que já pertenciam ao casal, mas estavam datados ou antigos demais, foram repaginados e passaram a ser pontos de destaque nos cômodos, “como as poltronas Charles Eames, que receberam nova roupa e ficaram totalmente diferentes”, conta Dani. A Arte Concretista Brasileira, com seus grafismos e blocos de cor, também precisava ter lugar cativo no projeto. Por isso, a arquiteta decidiu investir em uma base mais neutra e trabalhar texturas, como o linho, couro e a palha, para garantir que o décor não brigasse com os quadros nas paredes.  
 








No entanto, o mais importante de tudo era criar um cantinho para suprir a saudade do belo jardim onde o casal costumava passar as horas admirando as plantas, vendo os passarinhos, tomando sol e relaxando, ao lado da golden retriever Filomena, xodó da família. A integração da varanda com a sala foi o primeiro passo. Em seguida, eliminou-se a churrasqueira abrindo caminho para o verde. “Queríamos também uma fonte como a que tínhamos na casa antiga. Adoramos o barulhinho da água caindo” – desejo que também foi realizado! Com essa simples transformação, Midori e Gioji puderam finalmente se sentir acolhidos no novo lar.

“UMA CASA NÃO É UM LAR SE NÃO CONTA A HISTÓRIA DOS MORADORES E SE NÃO É RECHEADA DE AMOR.” 








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Fotos: Julia Ribeiro