Mesmo sem ter a menor ideia disso quando era pequena as primeiras lembranças do que é um espaço gostoso, agradável e lindo estão relacionadas a família da Barbara.
Um dos meus programas prediletos em São Paulo é visitar a Fundação Maria Luiza e Oscar Americano – uma pausa, se você mora em São Paulo e nunca foi corrija isso o quanto antes – quando era pequena ia com a minha avó Lucila tomar chá da tarde lá e tenho recordações muito vivas desses passeios. Pq estou falando isso né? O responsável pelo projeto da Fundação e, consequentemente, do bairro do Morumbi foi o avô da Bárbara, Osvaldo Arthur Bratke um dos arquitetos mais importantes do país.
Mas não para por aí, minha família e eu sempre moramos na região do Brooklin, meu pai trabalha na avenida, minha mãe trabalhou por anos lá e eu também trabalhei boa parte da minha vida na Berrini. Pois bem, vive anos imersa na arquitetura do pai da Barbara, Carlos Bratke. Ele assina mais de 60 prédios da Berrini e foi responsável pelo movimento intenso e valorização de toda aquela região.
Tá achando que parou? Nananinanão. A mãe da Barbara é uma pessoa ótima, tranquila, com uma boa energia, e foi ela que assinou o paisagismo espetacular da casa da minha mãe – paisagismo este que todo mundo me pergunta autoria rssss Hoje a Amelia Bratke se dedica mais a interiores, mas vale insistir rssss o paisagismo dela é delicioso de se ver e viver.
Haaaaa peraí hein, a Barbara é irmã da Cacá Bratke, uma super fotógrafa de arquitetura e interiores. Adoro, sigo sempre o trabalho dela e foi ela que me indicou essa casa aqui para o Open House. Parece que não para né… Bom, adivinha só a profissão da Barbara? Arquiteta, claro.
“Fiz de cabeça a planta da nossa e o meu pai falou: essa vai ser arquiteta! Na época nem questionei rssss”
E como estamos falando de uma família que respira a profissão não vou nem precisar citar a formação do marido Barbara…
Bom, apresentações feitas, vamos a casa.
A Barbara conheceu o bairro do Instituto Previdência levando o filho, João, hoje com 15 anos, a uma festa. O bairro consegue, como poucos aqui em São Paulo, manter um clima comunitário, com festas de rua e atividades na praça.
A casa que ela e o marido gostaram é da década de 60, e eles fizeram questão de manter a história do lugar. Para você ter idéia ficaram inclusive amigos dos antigos proprietários, que mesmo depois da mudança chegaram a se hospedar lá.
É só olhar rapidamente que dá para perceber que a casa respira muito arquitetura brasileira. Os tacos dão os originais, as pedras na entrada e no muro, as lembranças espalhadas pela sala. Tudo nos espaços tem um motivo e um passado interessante.
As gravuras na parede são do avó paterno, Oswaldo, e esta mesinha incrível aí de baixo também leva os traços dele com azulejos desenhados, pintados e executados pela sua avó, Helena.
“As cadeiras da sala de jantar eram da casa do meu avô e devem ser de 1950. Estão com o mesmo estofado até hoje, como não encontrei nenhum tecido bem similar não tive coragem de trocar.”
Barbara, só digo uma coisa: quisera eu ver mais profissionais de arquitetura com esse cuidado em não apagar as marcas e as histórias das residências viu.
A história deste estandarte é também bem interessante. Quando a mãe da Barbara, Amélia Bratke, estava se mudando de casa, fez uma grande festa junina de despedida. Como presente uma amiga delas fez diversos estandartes para a comemoração. Hoje, cada um deles esta com um membro da família.
O lambe lambe foi comprado na Choque Cultural (por sinal, já fiz o Open House do Baixo Ribeiro e da Mariana AQUI, é uma casa muito especial, vale muito o clique) e lá no começinho do post eu coloquei uma foto de um grafite bem diferente logo no muro de entrada e quem assina é o amigo da Barbara, Arnaldo Degasperi.
[huge_it_slider id=”34″]
Julia Ribeiro
Deixar um comentário