Fotos: Eduardo Pozella/ Divulgação
Este apartamento é do designer de interiores Roberto Negrete e foi projetado em 1946, entregue em 1950 e passou por uma reforma recente que deu uma nova cara aos espaços, mas sem deixar de lado a essência da época em que foi projetado. Roberto é argentino, mora desde jovem em São Paulo, e desde que se conhece por gente guarda itens de decoração que lhe atraem, seja pela estética ou pelo valor sentimental atrelado a eles.
O apartamento conta com sancas iluminadas, LEDs aparentes, cores marcantes nas paredes, muitos espelhos, escritório na sala, um closet e até mesmo uma coleção de patinhos de borracha no banheiro. No canal você confere a tour completa que mostra todas essas características marcantes, e aqui no blog uma conversa com Roberto Negrete contando mais detalhes sobre o apartamento.
Aperta o PLAY para ver mais detalhes:
Casa de Valentina: Como o apartamento é distribuído?
Roberto Negrete: “São 75m² distribuídos originalmente entre dois dormitórios, banheiro, living, cozinha, lavanderia, quarto e banheiro de serviços. Após a reforma a área social foi ampliada, somados corredor de serviços, quarto de serviços e um segundo dormitório. Além disso, há um lavabo, cozinha, lavanderia e suíte com banheiro e closet.”
CV: Como o seu estilo de decoração é transcrito no apartamento?
Roberto Negrete: “Sou bastante maleável quando se trata de diferentes estilos e geralmente me deixo inspirar pela arquitetura e pelas pessoas. Dessa forma, busquei inspiração no período em que o apartamento foi projetado, já que foi projetado em 1946 e entregue em 1950.”
CV: Como foi pensado o projeto de iluminação?
Roberto Negrete: “A iluminação de toda a área social e do quarto da suíte se nutrem do espírito da época, com sancas de luz embutida bastante características do período. Já em outros ambientes como cozinha e banheiros, o século XXI rege, com LEDs aparentes de alta performance e baixo consumo. Fora isso , há muitos abajures, dando um clima agradável e acolhedor.”
CV: Da onde surgiu a ideia das barras douradas na sala?
Roberto Negrete: “Esse tipo de divisória era comum no período em que o prédio foi construído, então foi um elemento que me pareceu interessante para criar uma espécie de hall de entrada no apartamento.”
CV: Como foi feita a escolha de cores?
Roberto Negrete: “A partir da luz do apartamento durante o dia. A percepção do imóvel ser muito claro em todo momento me deu tranquilidade para escolher cores mais escuras, e tudo começou na sala. Eu queria um verdigris e acabei me apaixonando pelo “volta ao mundo” da Suvinil. Não é a cor que eu queria à princípio, mas foi amor à primeira vista. A partir da cor dessas paredes, pensei todo o restante da composição. Para meu quarto, queria uma cor quente, daí acabei partindo de uma fórmula que sempre me entusiasmou: ferrugem e preto. Adoro!”
CV: Qual você diria que é o estilo do apartamento?
Roberto Negrete: “Não sei precisar se existe nele algum estilo determinado. Acho que o resultado é mais reflexo da minha história e da história do apartamento, sem grandes preocupações estilísticas.”
CV: Como a sua história foi incorporada na decoração?
Roberto Negrete: “Quase tudo que tenho em casa me acompanha desde sempre. Há itens da minha bisavó, dos meus avós, dos meus pais, objetos que amigos me deram de presente, que eu mesmo adquiri…E tudo somado acabou se transformando no meu esconderijo. Claro que há peças que tocam mais meu coração do que outras, mas tenho um vínculo quase amoroso com tudo ao meu redor.”
CV: Como é feita a curadoria para definir o que entra e o que não entra em casa?
Roberto Negrete: “A curadoria tem sido ativa desde que me conheço como gente, mas do meu apartamento anterior para o meu atual todo o meu repertório foi editado. Portanto, ficou somente aquilo que realmente importava, seja pela qualidade ou pelo significado.”
CV: Alguma curiosidade sobre o apartamento?
Roberto Negrete: “Hoje eu moro num apartamento inserido num conjunto edilício planejado e construído para o sindicato dos bancários. Assim, trata-se de uma construção simples, mas muito acolhedora.”
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