Casa colorida projetada por Villanova Artigas | Open House Paula Dallari

Fotos: Nelson Kon/ Divulgação

Projeto de Interiores: Roberto Negrete

Esta casa colorida e com várias transparências é da advogada Paula Dallari e fica em São Paulo. Ela foi projetada pelo renomado arquiteto Villanova Artigas em 1957 e passou por algumas modificações necessárias desde então, mas sem perder a essência do projeto. No canal você confere a tour completa pela casa com Paula Dallari e sua sobrinha Maria Gruber, e aqui no blog uma conversa sobre a história da casa e de sua arquitetura com Maria.

Aperta o PLAY para ver mais detalhes:

Casa de Valentina: Como o Artigas acabou assumindo o projeto da casa?

Maria Gruber: “A casa foi construída por ele para Olga Bohomoletz e seu marido, pois o arquiteto era bem próximo dos dois. O casal e seus filhos moraram a vida inteira lá, mas no período da ditadura militar precisaram sair do país por conta da perseguição política, deixando a casa vazia por um período. Após a morte do casal, a casa ficou para seus filhos, que decidiram vender a casa.”

CV: E qual a relação de Paula com a casa?

Maria Gruber: “Olga e seu marido eram parentes de Paula, por isso ela costumava passar algum tempo lá quando criança. Então as memórias afetivas acabaram fazendo com que ela decidisse comprar a casa. Depois da compra, Paula realizou uma reforma com o auxílio do arquiteto Ângelo Bucci. Desde então, ela morou na casa com seu marido e dois filhos. Por um breve período a família morou em Brasília e a casa ficou alugada, e atualmente os dois filhos já saíram de casa, mas o local segue habitado e cheio de vida.”

CV: E quais foram as mudanças na casa feitas na reforma de Ângelo Bucci?

Maria Gruber: “A reforma de 1997 tinha como premissa recuperar alguns elementos do desenho original de Artigas, como a escora que estava prevista, mas não havia sido posta em prática por erros durante a construção da estrutura da casa. Entretanto, Ângelo Bucci  e sua equipe apresentaram uma solução mais sofisticada para essa escora, originalmente desenhada em concreto; uma solução metálica e de fácil manutenção. Além disso, foram criados os blocos de alvenaria estrutural onde outra intervenção ocorreu: a reforma da cozinha e área de lavar, assim como a adição de um lavabo no térreo. Toda essa reforma ocorreu de forma bastante cuidadosa, buscando destacar a transparência da obra, e diferenciando a intervenção do projeto original a partir de sua materialidade.”

CV: Qual você acha que é o aspecto mais interessante da casa?

Maria Gruber: “Acho muito interessante a riqueza de ângulos que a casa possui, assim como seus volumes de cor que contribuem para uma experiência espacial rica. Entrar nessa casa nunca cansa, ela impressiona mesmo depois de anos a frequentando. Além disso, me chama a atenção que é possível ver todos os níveis da casa de praticamente qualquer lugar, o que dá a sensação de que a casa é maior,  sensação também ocasionada pela parede vidro que ocupa uma de suas fachadas que ilumina todos os ambientes.”

CV: Algum outro aspecto que você considere relevante e não foi dito sobre a casa?

Maria Gruber: “Acho que vale ressaltar as esquadrias projetadas por Artigas e muito frequentes em suas obras. Elas também são conhecidas como ‘janelas ideais’, uma vez que são de simples manuseio e possuem um belo design. As ‘janelas ideais’ abrem por inteiro, sendo possível esconder suas lâminas e deixar a vista livre, sendo uma solução ao mesmo tempo prática e sofisticada.”