Fotos: Carolina Lacaz / Divulgação
Descobri este prédio quando estava almoçando em seu bairro, Alameda Campinas no Jardins em São Paulo, e na hora fiquei impressionada com sua fachada que parecia um grande jardim vertical! Finalmente consegui gravar o Open House de um de seus apartamentos, e posso falar? O interior é tão interessante quanto o exterior!
O projeto original de 280m² é de cinquenta anos atrás, assinado pelo arquiteto Miguel Juliano. E coube à arquiteta Ana Sawaia e ao designer Paulo Alves renovar seu interior preservando toda a sua originalidade e essência modernista. Área social integrada, arcos no teto, iluminação indireta que cria um clima intimista, mobiliário impecável, sauna no banheiro… O Open House desta semana está realmente imperdível!
Conversei com Ana e Paulo e fiz um tour completo pelo apartamento. Além da beleza do projeto, soluções muito criativas e funcionais foram encontradas para a sua renovação, como a cobertura do piso original por materiais capazes de preservá-lo e também a porta de correr que separa o escritório da área social integrada para maior privacidade.
Aperte o PLAY para ver o vídeo completo!
Casa de Valentina: Pode me contar um pouqinho mais sobre a parte externa do prédio?
Ana Sawaia: As generosas jardineiras projetadas em balanço sobre a fachada urbana oferecem à metrópole uma verdadeira cascata verde. As fachadas laterais são envidraçadas com caixilhos de alumínio anodizado que obedecem ao ritmo da estrutura em abóbadas de concreto aparente.
C.V.: E como foi pensada a estrutura do apartamento?
Ana Sawaia: Sobre a estrutura, vale apontar a engenhosidade da solução contida no projeto do arquiteto Miguel Juliano, 50 anos atrás: graças à estabilidade da seção curva, era possível reaproveitar as formas metálicas para concretar a próxima abóbada apenas 24h após a anterior, que já era capaz de manter-se em pé. Rapidamente aparecia pronta a sequência de arcos, como um aqueduto romano, penetrando o interior dos apartamentos e organizando os espaços.
C.V.: O que foi levado em consideração na reforma?
Ana Sawaia: Na reforma, procuramos eliminar os excessos de acabamentos das ocupações anteriores para voltar a tornar protagonista a estrutura deste belo exemplar da moderna Arquitetura Paulista.
C.V.: Como foi redividido o espaço?
Ana Sawaia: Retiramos algumas paredes para integrar a cozinha e o escritório à sala. Propusemos oferecer metade dos 280m² do apartamento a um espaço livre para o convívio social da família: um jovem casal com dois filhos adolescentes.
C.V.: E qual foi o material usado sobre o piso?
Ana Sawaia: Para unificar ainda mais a área social, agilizar a obra e evitar mais demolições, optamos por aplicar cimento polimérico sobre os diferentes pisos existentes. A mesma solução foi aplicada nas áreas molhadas, garantindo estanqueidade. Nos três quartos e no corredor que dá acesso a eles, restauramos o piso original de tacos de madeira, preenchendo falhas existentes com o remanejamento de peças pertencentes ao antigo quarto de serviço da planta original. Na varanda e nos boxes dos chuveiros usamos decks modulares em madeira, trazendo um toque mais aconchegante.
C.V.: A iluminação do projeto também é linda. Como ela foi planejada?
Ana Sawaia: Para a iluminação, uma surpresa agradável: as curvas internas das abóbadas se revelaram excelentes rebatedores de luz. Reduzimos o uso de forros de gesso ao espaço mínimo necessário para o caminhamento da tubulação de ar-condicionado.
Deixar um comentário