Fotos: Carolina Mossin / Divulgação

Um apartamento modernista, com integração total e luz natural em abundância. Este é o projeto assinado pelo arquiteto Eduardo Correia, uma reforma completa de um antigo apartamento no Edifício Três Marias, prédio icônico da Av. Paulista com a Haddock Lobo.

O projeto original é do arquiteto Abelardo Riedy de Souza, e remonta ao ano de 1956. Muitas de suas características foram preservadas: a cozinha, por exemplo, permanece com a marcenaria escolhida na planta original. Além disso, para dar ainda mais destaque à arquitetura do edifício, Eduardo optou por deixar sua estrutura aparente, resultando em uma estética brutalista e que dá vida ao concreto.

Soluções muito bem pensadas também podem ser observadas, como a mesa que flutua na sala, sustentada por uma viga de concreto, e a porta de correr que integra ou dá privacidade à área íntima. Aliás, a integração é ponto forte do projeto, e Eduardo Correia conta que sua principal motivação ao encarar o desafio de modernizar o apartamento foi reconfigurar a planta, antes repartida, para deixar um só ambiente integrado, fluido e clean. As janelas que recobrem toda a parede com vista privilegiada da Av. Paulista finaliza o cenário com sua luz natural abundante.

Outro ponto interessante deste apartamento é o seu mobiliário. As peças ocupam o espaço de maneira harmônica, e muitas das peças foram conseguidas por meio do garimpo, verdadeiros achados, como o sofá Veranda encontrado por Adelaide Jesus. Há até mesmo um quarto inteiro dedicado aos móveis garimpados ainda sem destino definido!

Fiz um tour pelo apartamento assinado pelo Eduardo Correia e mostro todos os seus detalhes no meu canal. Já por aqui, um bate-papo com o arquiteto e também mais fotos do projeto.

Aperte o PLAY para ver o vídeo completo!

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Casa de Valentina: Qual foi a inspiração do projeto?

Eduardo Correia: O projeto veio em função do desejo de modernidade do arquiteto Abelardo Riedy; tão precursor nesse sentido por se tratar de um projeto dos anos 50. Suas fachadas imprimem claramente os conceitos e visão de mundo modernistas, porém internamente ainda podíamos sentir camadas culturais típicas da época. Um exemplo disso era o hall de entrada e a área de serviço (cozinha, lavanderia e dependências de funcionários) totalmente separadas da área dita “nobre”: salas e área íntima (quartos), que eram totalmente protegidos dos demais ambientes.

C.V.: Foi por isso que optou pela integração?

Eduardo Correia: O partido arquitetônico se deu principalmente em função desse “modernizar” interno. Integrando o que antes era fragmentado e buscando principalmente a união interna das janelas que se já se apresentam desta forma “continua” externamente, mas que antes do nosso projeto eram fragmentadas por cada ambiente. A busca dessa luz continua e integrada norteou em grande parte as decisões projetuais do trabalho.

C.V.: E como se deu essa busca pela iluminação natural?

Eduardo Correia: Para que pudéssemos alcançar essa “luz natural continua” das janelas tivemos que alterar a circulação e a plantas dos quartos e banheiros existentes. Inicialmente tínhamos dois banheiros e três quartos, mais o escritório, que foram transformados em duas suítes completas com quartos, closets e banheiros.

C.V.: Há algum detalhe que queira comentar aqui?

Eduardo Correia: Um detalhe interessante do projeto foi a construção da mesa de jantar e de apoio ao home office, feita apoiada em balanço (sem pés) em uma coluna existente na sala.

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