Fotos: Pedro Kok/ Divulgação
Este apartamento de 251m² fica em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e foi reformado por inteiro pelo arquiteto Flávio Castro, do FCstudio. Quando comprou o imóvel, o morador, Jonas Schlatter, se deparou com uma planta com 4 suítes e áreas de convívio com pouca integração.
Dessa forma, o principal objetivo do projeto foi intervir ampliando a área social e criando espaços que se adequam aos gostos e necessidades de Jonas, como a área de home office com vista para a cidade, a mesa de jogos a estante na sala que expõe diversas obras de arte e peças que carregam valor sentimental. Além disso, o FCstudio desenhou itens de mobiliário especialmente para o projeto. No canal você confere a tour completa com Flávio e Jonas por este apartamento, e aqui no blog uma conversa com a arquiteta contando algumas curiosidades sobre o projeto.
Aperta o PLAY para ver mais detalhes:
Casa de Valentina: Como o cliente conheceu o escritório?
Flávio Castro: “O Jonas entrou em contato com o escritório por já se identificar com os projetos de arquitetura e interiores que fazemos. Assim, após projetar uma casa para ele, foi-nos encomendado o projeto deste apartamento. Como já tínhamos muita sintonia e afinidade, o conceito do projeto foi rapidamente determinado. As definições de materiais, proporções de marcenaria, revestimentos e mobiliários aconteceram de forma muito fluida.”
C.V: Por que uma reforma total era tão necessária?
Flávio Castro: “O morador costuma receber os amigos e a planta do apartamento era bem mais compartimentada. Dessa forma, a intervenção buscou ampliar a área social. A incorporação da varanda e supressão de um lavabo e suíte, duplicou o tamanho da área social, tornando os espaços mais condizentes com as necessidades e rotina do morador. Então o projeto é uma tradução da paixão do cliente por design, mas sem deixar de lado a funcionalidade e o desfrute da vista para o parque da cidade, que fica em frente ao prédio. Os maiores desejos eram: ter uma adega com 350 garrafas, uma área social grande, muito apoio para objetos e uma parede para expor obras de arte.”
C.V: Muitos dos mobiliários presentes foram desenvolvidos especialmente para o projeto, certo?
Flávio Castro: “Sim, não apenas móveis, mas também esculturas, como a Leku I e Leku II. As criamos em diferentes tamanhos. Uma para a estante e uma menor para o chão, logo em frente à porta principal de acesso. O conceito das peças é inspirado na obra de Amilcar de Castro e Chillida, por isso do nome ‘Leku’, que remete ao Museu Chillida Leku que fica em San Sebastian, no País Basco. Além disso, desenhamos o Aparador Gin, a Mesa Campo, o Banco Mies, a Mesa Rod e a Mesa Foco. Com destaque para a Mesa Campo, que surgiu em uma das visitas ao Mato Grosso do Sul. Olhando pela janela do avião, percebi que as configurações dos campos de plantação do estado poderiam servir como inspiração para a criação de uma mesa de centro. O mármore verde, dividido em partes de distintas proporções, remete aos campos de plantação, em diferentes tons de verde. As divisões metálicas entre os campos do tampo são convertidas em pés que estruturam a peça.”
C.V: Qual foi o processo para escolher os materiais predominantes no projeto?
Flávio Castro: “Recorremos a materiais simbólicos que remetem à infância do cliente (madeira) e também a locais que gosta (praia). Após isso, inserimos as peças de design e cores de acordo com uma hierarquia de relacionamento entre as partes para que tudo fosse harmonizado. Acreditamos muito nessa hierarquia.”
C.V: Algum desafio foi enfrentado durante a reforma?
Flávio Castro: “A instalação de uma estante metálica de 12 metros foi um desafio. Tivemos que separá-la em partes para chegar ao seu destino final. Outro desafio foi a instalação da luminária de lona tensionada. Ela está engastada no pilar existente do edifício e exigiu um trabalho de cálculo estrutural, serralheria apurada, compatibilização técnica da parte elétrica e automação.”
C.V: Gostaria de destacar alguma solução específica?
Flávio Castro: “Quero destacar a solução para o entretenimento no living. Temos telão e TV disponíveis, mas que podem desaparecer através de movimentos de marcenaria. Assim, o ambiente se transforma.”
C.V: Como você definiria este apartamento em poucas palavras?
Flávio Castro: “São espaços de acolhimento e materialização de todos os simbolismos pedidos pelo cliente. Ele confessou que aqui se sente em casa e, ao mesmo tempo, relembra toda a sua trajetória, desde infância até as viagens que fez. É uma casa de memórias.”
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